domingo, 27 de novembro de 2011

Deserto


Sentimentos reprimidos
Teimam em ainda aflorar
Florescem solitários
Como flor de cactos
Brotam no árido deserto
De sonhos rescindidos
Na compulsória do tempo
Sem água, sem afeto
Sem presença, sem luz
Adormecem esmaecidos
Acordam sobressaltados
Clamando por sobreviver
No mais interno espaço
Quando dados sem vida
Ressurgem certamente
Esperançosos num suspiro
E se julgam imortais
Posto que tão vivos
Crescem ferozmente
Tomam vulto
Esquecem que são
Rebentos de só um
E por instinto e instantes
Viram areia e se misturam
Aquietando sem resistir
No mistério de já ser

C.A. 20/03/11

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