Fazenda Alegria |
Encontrei no teu gosto o gosto perdido da infância
No teu cheiro o cheiro da garapa no tacho de cobre
Fechei os olhos e revi a fumaça subindo, a fervura
O aroma da cana, o barulho do engenho, a parelha de bois
Voltei muitos anos no seu sabor de rapadura
Voltei a saudade do passado, da infância
Voltei a minha avó, ao meu avô
Às horas boas desfrutadas em brincadeiras
Ao som do rego, da roda d’água,do cheiro de açúcar
Voltei as minhas tranças apertadas que insistiam em desmanchar
O doce carinho das histórias contadas,
Sempre a hora de dormir
Sempre com bichos falando
Histórias de caipora e sacis
Mundo encantado, vida feliz naquele tempo
Onde eu nem sabia direito o que era o mundo
Onde esperava a puxa com a cana mirim na mão
Quando sentava na casa do forno para saborear a vida
Com cheiro de biscoito assando e café torrando
Em horas ganhas e lambuzadas
C.A. 18/01/2009 (memória
gustativa)
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