terça-feira, 27 de março de 2012

Assim.


Manhã ainda morna
Já beijada pela chuva fina
Com casa silente e calma
Só o cantar de uns passarinhos
E músicas ao longe, distantes…
Poucos carros na rua aos Domingos
Filho e pais dormem tranquilos
Eu, já sem prazos marcados
Ainda entorpecida pelos acontecimentos
Cercada da certeza do dever cumprido
E do carinho e mimo dos próximos a mim
Entregue ao ócio que mais me embriaga
Da leitura dos tantos livros adiados
Nesse tempo do sem tempo que agora finda
Tenho fome de volumes e sede de sonhos
Viagens, caminhos, mares, luares
Tudo que fui delongando quero abraçar
A vida imaginada se delineia nos pensamentos
Quero morada, quero instantes, quero história,
Quero amor presença, doação e partilha.
Canto meu e muitas canções que embale os devaneios
Dessa maturidade que chega num sentir capaz de rever
Erros, acertos, paradigmas, estradas e evolução
Caminhos que se descortinam num tempo do agora
Do muito que ainda não fiz e desejo que nem finda
Estou muito leve e livre, viva e solta
Todos os medos ficaram para trás
(Fecho bem e de bem os ciclos D e D )
Ah!!!  como eu queria !!!
Hoje respiro serenamente, inauguro nova fase
Estou inteira, plena de mim, sã de juízos.
Sem julgamentos ou amarras
Sigo com fé , esperança e ideias

C.A. 25/03/12 ( inicio de manhã, bebendo água e reiniciando/continuando a leitura da biografia de Clarice, numa ressaca boa prum dia de Domingo) 

sábado, 3 de março de 2012

Hoje à tarde

A mesma  Meia Lua ocupa a tarde

O céu azul provoca um sorriso
A paz incontida se faz presença

Contemplar a vida faz pedir calmaria
Sentimos o quanto pequenos somos
Entendemos o quanto de desejos temos

"Avoar" em novos rumos é possível  

Estar inteira é propósito perfeito 

C.A.03/03/12

Foto de Samuel Cerqueira


sexta-feira, 2 de março de 2012


Solidão calada

Calo a minha solidão numa taça de Prosecco
Não permito a companhia da tristeza
Apenas aceito o vazio da casa vazia
A presença desejada é ausência sentida
Fica um desejo contido e não correspondido
Chega uma saudade faceira pra fazer sindicância
Onde andará quem chamo em pensamento?
Doce solidão embriagada de lembranças
Trás para a noite a memória de outros dias
E calada, dorme comigo mais outra vez.


C.A. 17/11/08